De O Poti
Um grande amigo nas horas mais urgentes e um vilão do
trânsito. O celular, um dos aparelhos mais usados no mundo, sempre foi alvo de
polêmicas quando o seu uso se dá ao volante. Como se não bastasse, são muitos
os usuários que aumentam a distração utilizando-se de ferramentas
disponibilizadas no aparelho, como aplicativos e as redes sociais. De acordo
com o Departamento de Estatística do Detran-RN, essa é a quarta infração mais
cometida no estado. Só no ano passado, foram registradas 8,5 mil multas por dirigir
com celular ao volante, correspondendo a 5% do total de multas aplicadas em
2011.
Embora comum, o ato de utilizar o celular durante o
deslocamento pode causar sérios acidentes para motoristas e até mesmo
pedestres, que correm o risco de serem atropelados ao atravessarem ruas falando
ao aparelho. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Utah, nos Estados
Unidos, mostrou que falar ao celular causa, no motorista, o mesmo efeito de
quatro doses de bebida alcoólica. É o que confirmam os diferentes motoristas e
pedestres entrevistados pelo Diário de Natal/ O Poti.
Conversando com motoristas que passam o dia inteiro dentro do
carro, é impossível não ouvir relatos de escorregadelas ao celular enquanto
dirigem. "Afinal passamos o dia inteiro ao volante e muitas vezes é um
cliente ligando e pedindo uma corrida", explica o taxista Estanislau
Kostka, de 70 anos. O taxista confessa que o uso do celular enquanto dirige
prejudica os seus reflexos, pois transporta a sua mente para outro espaço.
"Os meus olhos estão na estrada, mas a minha mente está processando a
conversa ao telefone. É difícil manter a concentração", explica.
Luís Araújo, de 42 anos, também diz se utilizar do telefone
quando se trata de alguma urgência, porém conhece os efeitos do uso do celular
ao volante e, mesmo com a correria do dia-a-dia, evita ao máximo o seu uso
enquanto dirige o seu táxi. "Não dá para usar o celular sem pensar no
risco que você está acometendo à sua própria vida, dos outros motoristas ou
numa multa que você pode ganhar de presente", brinca Luís.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o uso do
celular ao volante é infração média, com penalização de quatro pontos da
carteira e passível de uma multa no valor de R$85,13. Para piorar a situação
dos distraídos de plantão no trânsito natalense, o uso de Facebook ou Twitter
no celular é uma cultura que começa a ganhar força entre os motoristas
potiguares. Não importa a classe social: é freqüente encontrar pessoas que
estão dando aquela "espiadinha" na última postagem ou publicação
feita pelos "net friends".
É o caso de Evanildo Sousa. O barmen de 33 anos retrata que
já aconteceu de parar em sinais vermelhos e não resistir para dar aquela
"acessada" no Facebook. "Acabamos ficando distraídos. Não dá
tempo, uma vez que os minutos na internet passam bem mais depressa. É quase
certo você levar aquela buzinada ou atrasar o trânsito. E tem vezes que você
arranca, mas ainda sai cutucando o aparelho. Aí a situação fica mais
perigosa", reconhece.
Mas não é somente com os condutores de automóveis ou veículos
que o risco do uso do celular predomina. O aparelho é perigoso até para as
pessoas que estão caminhando tranqüilamente pelas calçadas. "Eu estava
ainda agora no celular e parada no espaço de um estacionamento. Nem me dei
conta de que um carro poderia entrar de vez naquele espaço, nem de que eu
estava numa situação perigosa. Falar ao celular realmente tira completamente a
sua concentração", diz Francisca Oliveira, de 60 anos.
Atravessando a rua os riscos triplicam. A correria do dia-a-dia
gera a desatenção das pessoas e o celular aumenta essa proporção. Joelson
Gomes, de 18 anos, disse que quando usava fones de ouvido para escutar música
no seu celular foi surpreendido por um carro na Ulisses Caldas, no Centro de
Natal. "Foi por pouco".
Celular x Direção
Dirigir falando ao celular é a quarta infração mais cometida
no Rio Grande do Norte. Em 2011, 8.492 condutores foram flagrados
Conduzir usando celular é uma infração média (4 pontos na
habilitação), com multa de R$ 85,13, de acordo com o Código de Trânsito
Brasileiro (CTB)
Uma pesquisa da Universidade de Utah, nos Estados Unidos,
concluiu que dirigir falando ao celular é tão perigoso quanto dirigir bêbado. O
efeito do uso do celular é igual a de quatro doses de bebida alcoólica
Em análise estatística, o estudo concluiu que motoristas ao
celular tem 5,36 vezes mais chance de se envolver em um acidente do que um
motorista atento. O mesmo percentual vale para os motoristas bêbados
Três participantes do estudo bateram o carro. Os três falavam
ao telefone e nenhum estava bêbado
O levantamento, feito com 40 pessoas pilotando um simulador
de carro, também utilizou aparelhos com fones que deixam as mãos livres
Os testes mostraram que os motoristas que falavam ao celular
hands-free eram 9% mais lentos para apertar o freio e apresentavam 24% mais
desvio nas trajetórias
Eles também eram 19% mais lentos para retomar a velocidade
normal depois de uma parada e apresentavam maiores chances de colidir.
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