A obra do acesso
norte que ligará o aeroporto de São Gonçalo do Amarante à rodovia 406 - estrada
de Ceará Mirim - ficou para a segunda quinzena de abril. A previsão era iniciar
a obra até o final de março, mas o governo ainda não assinou o contrato de
financiamento com o Ministério das Cidades. A ordem de serviço, segundo
Demétrio Torres, secretário especial para Assuntos Relativos à Copa 2014
(Secopa), só pode ser dada após a assinatura. Ele não soube explicar a razão do
adiamento.
A obra do acesso
custará R$ 26 milhões e está prevista no PAC (Programa de Aceleração do
Crescimento) da Copa. Mas não é a única que aguarda aval para ser iniciada. O
consórcio Inframérica, que conquistou o direito de construir e administrar os
terminais do aeroporto de São Gonçalo do Amarante por quase três décadas,
também aguarda sinal verde para iniciar as obras. A ideia é começar a construir
os alicerces em junho - sete meses após ter assinado o contrato de concessão do
empreendimento com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O consórcio
espera inaugurar o aeroporto antes da Copa de 2014.
De acordo com Gérson
Almada, presidente da Infravix - empresa brasileira que compõe o consórcio - o
projeto básico de engenharia foi entregue à Anac no último dia 15. O prazo para
apresentar o projeto básico terminaria em junho, mas o consórcio resolveu
antecipar a apresentação. O consórcio agora aguarda a aprovação da Agência e a
resposta do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), que ainda não decidiu se
financiará o projeto. A carta-consulta foi protocolada em dezembro e respostas
a questionamentos do banco foram acrescentadas na semana passada, segundo
matéria publicada no Valor Econômico.
Procurada pela
TRIBUNA DO NORTE ontem, a assessoria de comunicação da Anac não informou quando
a agência concluirá a análise e o BNDES - também procurado ontem - informou que
não comenta projetos que ainda não foram aprovados pela instituição.
O projeto do
aeroporto, que será executado em duas etapas, está orçado em R$ 650 milhões -
valor que será investido ao longo dos 28 anos de concessão.
O terminal de
passageiros do empreendimento prevê 45 balcões de check-in, dez quiosques de
auto-atendimento, cinco esteiras de restituição de bagagem e pátio de aeronaves
com oito pontes de embarque. Outros dois
pisos intermediários serão construídos para abrigar áreas técnicas e
escritórios. O estacionamento terá 1,5 mil vagas. Número que poderá ser
ampliado, dependendo da demanda. A Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária (Infraero) espera entregar a pista de pouso até novembro de 2013.
A pista, de responsabilidade da Infraero, está sendo construída pelo Exército.
CONCESSÃO
O aeroporto de São
Gonçalo do Amarante foi o primeiro a ser incluído no plano nacional de
desestatização, servindo de modelo para as outras concessões. Até o momento,
três outros aeroportos - todos já em operação - foram concedidos à iniciativa
privada: Brasília (Juscelino Kubitschek), Campinas (Viracopos-SP) e Guarulhos
(Cumbica-SP). As concessões renderam ao governo federal R$ 24,5 bilhões. O
valor é 347% maior que os R$ 5,482 bilhões de lance inicial pelos três
aeroportos. O consórcio Inframérica também arrematou o Aeroporto de Brasília,
avaliado como um dos mais atraentes do país, mas garantiu que o novo negócio
não comprometerá o projeto potiguar.
Fonte: Tribuna do Norte
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