Um novo ano letivo se aproxima e com ele muitas preocupações a que pais e mães estão submetidos. Gastos com materiais escolares e matrículas estão em primeiro lugar na lista obrigações. Mas e em relação à saúde dos filhos? Será que os pais observam se a mochila escolar do seu filho é ideal para o transporte de livros e materiais? A resposta dada pelo ortopedista César Gugliotti Nucci é "nem sempre". O número de crianças com problemas lombares é crescente devido ao descuido e ao mau uso das mochilas.
"Não dá para pensar em escola sem pensar na mochila. Afinal, ela é a grande companheira das crianças ao longo de todo o dia. Por isso os cuidados precisam ser ainda maiores", alerta o especialista. De acordo com Nucci, na hora de comprar uma mochila nova, é preciso considerar o tamanho e o peso da criança. "Existe um consenso de que o peso das mochilas não pode ultrapassar 15% do peso da criança, a fim de evitar problemas na coluna", reitera.
Por sua vez, Nucci aconselha que as crianças utilizem mochilas de rodinha, uma vez que não há prejuízo na hora do transporte, sempre atentando para a altura da criança. "Se a criança for muito alta, temos que providenciar uma alça para puxar mais comprida, pois se as crianças se abaixarem isso vai provocar uma curva atrás e consequentes dores nas costas", disse.
Se as crianças resistirem e não quiserem usar, de maneira nenhuma, as rodinhas, o ortopedista recomenda que o peso da mochila de duas alças seja 10% do peso da criança. Ou seja, uma pessoa que pesa 30 kg não pode carregar uma mochila com mais de 3 kg de material escolar.
Questionado sobre o tipo de mochila mais aconselhável, César Nucci é simples: "O problema não é a mochila, mas o peso que se leva nela, pois o peso produz uma grande tração e pressão sobre a musculatura e as articulações, devido a sobrecarga da mochila", afirma. "É preciso alertar os professores para não que obriguem as crianças a transportarem tantos materiais e livros diariamente no trajeto casa-escola; esse diálogoé bastante importante. O ideal, é que as crianças não levem mais peso do que o recomendado.", reforça.
Solicitar a instalação de armários para manter aqueles livros mais pesados é uma solução para aliviar o peso das mochilas. O excesso de peso é um problema grave, porque gera conseqüências irreversíveis em longo prazo nas crianças e pode provocar desde escoliose infantil, até uma cifose ou uma artrose precoce, além da má postura. "Pode até, em alguns casos, impedir o crescimento dos ossos da criança", reforça Nucci.
César Nucci adverte que outro dos fatores a ser levado em conta é a atividade física e ressalta que o sedentarismo é prejudicial à saúde motora das crianças. O ortopedista insiste que as crianças pratiquem algum tipo de atividade física ou esporte e evitem permanecer durante muito tempo sentados. Além disso, deve-se observar se o mobiliário escolar é adequado à altura que tenha a criança, para evitar a má postura que é outro fator que prejudica as costas das crianças.
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