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quarta-feira, 24 de julho de 2013

A escola escanteada

Rayssa Coe
Alexandre diz que aos 3 anos Luísa já estava totalmente alfabetizada em português. Além disso, a filha estuda inglês pela internet
Até onde vai o direito da família de escolher o tipo de educação que quer dar a seus filhos? A discussão, antiga no Brasil e em diversos outros países, pode esquentar por aqui. Ao mesmo tempo em que tramita um Projeto de Lei para regulamentar a prática do homeschooling no país, aumenta o número de famílias que aderem à educação domiciliar, mesmo fora da lei. O próprio ambiente escolar tem contribuído para isso: as motivações pedagógicas e as alegações de que o ensino regular ou o ambiente de aprendizado convencional é pobre e ineficaz são algumas das justificativas dos pais brasileiros que optam pela educação em casa. Mas, e o efeito dessa prática na aprendizagem dos alunos?
Com 37 anos de profissão, a doutora em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RGS), Helena Sporleder Cortes, destaca que o ensino não é apenas o ato de aprendizagem em sala de aula. 'É aprender a ser cidadão. A conviver com o outro. É saber, ter, fazer e conviver, como nos lembra a Unesco em seus preceitos sobre educação', enfatiza Helena.

> Família relata o cotidiano de estudos em casa
Para a professora, por mais competentes que sejam os pais nesse processo de ensino apartado da escola, ensinar é uma prática e exige formação. 'Quais serão os critérios de supervisão? Qual será a competência necessária dos pais?', questiona-se Helena sobre o tema. Isso, sem contar com o fato de a educação contribuir para a construção da identidade da criança. 'Numa escola, o colega em sala de aula é seu par horizontal; os adultos são a relação vertical, de hierarquia, dinâmicas fundamentais na formação', completa.

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