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quinta-feira, 4 de abril de 2013

48 Pronto Socorro Infantil do Hospital Santa Catarina está com os dias contados


Por JH
A situação do atendimento pediátrico no Pronto Socorro Infantil do Hospital Doutor José Pedro Bezerra, conhecido como Hospital Santa Catarina, está complicado desde o mês de janeiro, pois a falta de pediatras tem ocasionado a descontinuidade da prestação do serviço à população infantil. A situação tende a piorar nos próximos meses e os profissionais que trabalham na unidade alertam que, se não for tomada nenhuma providência, o Pronto Socorro Infantil está com os dias contados para funcionamento. Isto porque mais sete pediatras vão se aposentar no mês de maio e com isso não será possível fazer nem uma escala parcial. O Pronto Socorro Infantil do Hospital Santa Catarina é o único especializado no atendimento de Urgência e Emergência da zona Norte de Natal, já que há mais de sete meses a Unidade de Pronto Atendimento do Pajuçara (UPA) não dispõe de pediatras e no Hospital Maria Alice Fernandes, o atendimento é referenciado, diferente do Hospital Santa Catarina onde o atendimento é porta aberta e realiza uma média de quatro mil atendimentos por mês.
Diante da constante descontinuidade na prestação do serviço, representantes das principais entidades da saúde do Rio Grande do Norte, que fazem parte do Fórum Norte-riograndense em Defesa do SUS e contra as Privatizações, visitaram na manhã desta quarta-feira (3) as dependências do Hospital Santa Catarina, principalmente no que concerne ao atendimento infantil. Participaram da vistoria, representantes do Conselho Municipal de Saúde, da Comissão de Direito à Saúde, do Sindicato dos Servidores da Saúde do Estado, do Conselho Regional de Medicina, do Conselho Regional de Enfermagem e do Conselho Estadual de Saúde. A iniciativa deve se repetir nos próximos dias, no Hospital Walfredo Gurgel, Deoclécio Marques de Lucena, bem como no Pronto Socorro Infantil Sandra Celeste.
A visita começou pelo setor de enfermaria. O setor conta com duas enfermarias que totalizam 13 leitos. Hoje, seis deles estavam ocupados. A pediatra Hígia Macedo, que trabalha no Santa Catarina há 17 anos, lamenta o descaso do Governo do Estado com o setor infantil do Hospital que é responsável por atender uma grande demanda de pacientes oriundos de diversas regiões da cidade. “Percebo que o serviço está em decadência, não apenas nas condições de trabalho, mas como na falta de profissionais, medicamentos e insumos. Hoje trabalhamos em condições inadequadas e nos colocaram em um repouso com instalações precárias, totalmente insalubre. É um espaço comunitário e ainda fica próximo aos pacientes apenados. Além de tudo, também é a nossa segurança que está em jogo”.
A neonatologista Giana da Escóssia Melo, que representou o Conselho Regional de Medicina, e também trabalha no Hospital Santa Catarina, conta que o grande problema é a falta de pediatras para completar as escalas médicas, pois quando chega no dia 20 de cada mês os médicos já têm cumprido a carga horária. Os médicos de 20 horas de carga horária podem dar seis plantões de 12 horas por mês, enquanto que os de 40 horas podem dar o dobro de plantões.
“A partir de maio, a situação vai ficar bem mais complicada, pois mais sete pediatras vão se aposentar e em junho nem escala parcial será possível de fazer. Infelizmente, o atendimento do Pronto Socorro Infantil está com os dias contados, mas vamos lutar para que isso não aconteça. Hoje, o Hospital está com um ‘super atendimento’ em condições inadequadas, com um alto índice de estresse para os funcionários. Mesmo com as dificuldades, temos funcionado. Mas quando chega dia 20, o atendimento é suspenso e antes disso deixa-se de internar as crianças, pois não tem quem faça o acompanhamento. As crianças que estão internadas são transferidas para outros serviços, mas não é fácil encaminhar, pois há uma grande dificuldade de vaga de pediatria”. Para o atendimento no PSI do Hospital Santa Catarina são necessários, pelo menos, três pediatras por plantão, fato que não vem sendo cumprindo nos últimos meses. Hoje, havia apenas duas médicas de plantão.

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