Carlos Santos,
Essa nota do Governo do Estado (Veja AQUI) se enquadra naquela situação em que se fala muito e não se diz nada.
Ora, destacar que é difícil encontrar um parâmetro para analisar se um salário é pequeno ou não soa como balela.
Dizer que o fato de as cargas horárias variarem também não convence.
Se existem Estados que a carga horária é de 20, 25, 30 ou 40 horas, não há dificuldade de se mensurar. Basta fazer uma conta proporcional. Pior ainda é afirmar que em alguns Estados estão embutidas algumas vantagens.
Ora, se estão embutidas e se o professor os recebe, também é salário. No caso do Rio Grande do Norte, com “embutimento” ou não, o salário de um professor em início de carreira é R$ 1.644,00. Ou seja, um embuste, já que é este o único valor recebido.
O problema é que o Estado do Rio Grande do Norte se nega a pagar as vantagens a que cada profissional tem direito. Um exemplo: em qualquer empresa ou nível de governo, os seus funcionários ou servidores são remunerados de acordo com a função que desempenham e seguindo-se o que determina o plano de carreira de cada um. Assim, um funcionário ou servidor de nível médio ganha um determinado salário, o de nível superior outro, o especialista outro, e assim sucessivamente.
No caso do Rio Grande do Norte, os professores que concluíram Especialização não recebem, por parte do Governo do Estado, os 20% de diferença salarial pelo título. Em algumas situações, o Estado os “agrada” com a astronômica quantia de R$ 40,00 a R$ 50,00. Em alguns casos, nem isso.
Façamos a conta: se um professor de nível superior ganha R$ 1.644,00, o Especialista deveria receber no mínimo R$ 322,00 a mais. Ou seja, seu salário deveria ser de R$ 1.996,80.
A meu ver, o Estado do Rio Grande do Norte não deveria se vangloriar por supostamente ter encontrado outros Estados que pagam menos que ele, mas encontrar meios para se equiparar àqueles que pagam mais.
Quando ao parâmetro que o Governo do Estado diz não ser possível utilizar, há um meio simples. Basta comparar com outras profissões de nível superior. A grande maioria tem um piso maior de que o de um professor. E todas, com o devido respeito, com um trabalho menos importante o desenvolvido por um docente.
P.S: Não satisfeito em pagar um salário baixíssimo, o Governo do Estado ainda apronta das suas. Ainda não pagou aos concursados o proporcional de férias referente ao ano passado e ontem, último dia útil do mês, também não havia pago o salário de março.
Há parâmetro para medir incompetência?
Há parâmetro para mensurar falta de respeito?
Será que o Estado do Rio Grande do Norte, ao invés de pagar aos profissionais vai apresentar uma desculpa estapafúrdia, como dizer que em outros Estados o atraso é bem maior?
A que ponto chegamos?
Márcio Alexandre – professor
Do blog de Carlos Santos
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