A direção geral do Hospital Deoclécio Marques de Lucena (HDML) suspendeu ontem o atendimento de urgência clínica adulta e pediátrica na unidade. Parte do Pronto Socorro do hospital foi fechado após decisão da Coordenadoria de Operacionalização de Hospitais e Unidades de Referência (COHUR), secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e corpo clínico do hospital. A direção do HDML imputa à secretaria Municipal de Saúde (Sesad) de Parnamirim a responsabilidade pelo fechamento das portas. A decisão é válida até o dia 31 deste mês.
Quem precisava de atendimento no hospital foi pego de surpresa. Na porta de acesso ao PS, apenas um aviso fixado no vidro informava a decisão da direção. A Portaria número 26, assinada pela diretora Nilzelene Carrasco, avisa que o atendimento para as urgências foi suspenso, "em virtude de resolução da Secretaria de Saúde de Parnamirim em reduzir o quantitativo de plantões médicos" das especialidades clínico adulto e pediátrico. Segundo o documento, a resolução da secretaria "inviabiliza na execução das escalas dos clínicos e pediatras até o dia 31/12/2012". Os pacientes eram orientados a procurarem o Hospital Walfredo Gurgel ou a UPA de Santos Reis.
O impasse entre direção do hospital e Sesad está relacionado ao repasse mensal de valores relacionados a um acordo feito entre as partes. Segundo o titular da Sesad, Márcio Cezar, o acordo firmado garantiria o repasse municipal de R$ 170 mil para a Sesap/RN. "Em contrapartida, teríamos assegurado quatro leitos para cirurgias eletivas de pacientes do Município", explicou. O problema é que, de acordo com o titular, desde novembro de 2011, os leitos inexistem. "Eles não respeitaram o que foi combinado. Mesmo assim, continuamos repassando os valores", completou. Devido ao problema, a Sesad resolveu diminuir o repasse mensal para R$ 110 mil.
Márcio Cezar informou ainda que a pactuação entre Estado e Município garante o repasse municipal mensal de R$ 1 milhão para assegurar os serviços de trauma no hospital. "Acontece que o valor referente aos leitos de cirurgia eletiva era para pagamento dos plantões médicos. Nós pagávamos uma parte e o Estado outro. Mas houve uma quebra no acordo e o Estado não assumiu sua parte", explicou.
A reportagem tentou ouvir o secretário estadual de Saúde, Isaú Gerino, porém, o celular funcional do mesmo apenas chamou durante a manhã de ontem. "Ficamos surpreendidos com a decisão do Governo. Lamento profundamente", disse Márcio Cezar.
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