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domingo, 21 de outubro de 2012

Com pouco público, 96% dos jogos dos paulistas dão prejuízo na Série B


A baixa presença de público na Série B do Campeonato Brasileiro faz do torneio um estorvo para os times paulistas que o disputam.  Levantamento feito pela reportagem nos 297 borderôs disponíveis no site da CBF mostra que, quando um clube de São Paulo manda uma partida, é quase certo que ele terá algum prejuízo.
“Infelizmente a gente paga para jogar”, afirma Fernando Schink, tesoureiro e responsável pelo setor de arrecadação do Guarani.
Além do time de Campinas, estão na Série B outros quatro paulistas: São Caetano, Bragantino, Barueri e Guaratinguetá. Todos, independentemente da posição que ocupam no campeonato, sofrem com partidas deficitárias.
Dos 73 jogos que tiveram paulistas como mandante, 96% deles deram prejuízo.
O São Caetano, que briga na parte de cima da classificação e tem grandes chances de subir para a Série A, não teve nenhum jogo no “azul”. O mesmo ocorreu com Bragantino, Guaratinguetá e Barueri, que correm razoável risco de jogar a Série C em 2013.Todas as partidas desses quatro clubes terminaram no vermelho, segundo a CBF.
O time de Campinas é o único que conseguiu ter alguns jogos com lucro na Série B. Mas só três das 14 partidas que mandou geraram renda suficiente para pagar os custos da organização.
Na média, o clube teve prejuízo de R$ 11 mil por jogo. No total, perdeu R$ 154 mil. “O que tentamos é enxugar ao máximo a estrutura para um jogo, colocar o menor número possível de gente para trabalhar”, conta Schink.
A ausência de público na Série B não é uma exclusividade dos times de São Paulo. Dos 297 jogos cujos borderôs estão disponíveis no site da CBF, 174 deram prejuízo. O levantamento não contempla os jogos da 31ª rodada. Na semana passada, o Ipatinga bateu o Joinville em seu estádio, o Ipatingão, para apenas 37 pagantes.
O diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio, não quis comentar o assunto.
Dirigentes de clubes paulistas que pediram para não serem identificados citam outros fatores como responsáveis pelas baixas rendas: a televisão e o nível das partidas. A Série B é transmitida por um canal aberto (Band), por um canal pago (SporTV) e pelo sistema de pay-per-view.
A alternativa encontrada pelos clubes para tentar levar algum público aos estádios é baixar o valor dos ingressos. Guaratinguetá e Guarani, por exemplo, reduziram para R$ 10 as entradas mais caras, e nem assim têm conseguido resolver o problema.
Apenas sete clubes escapam de prejuízo na competição. América-RN, Avaí, Ceará, Criciúma, Goiás, Joinville e Vitória foram os únicos times que conseguiram chegar até a 30ª rodada sem nenhum jogo que tenha dado prejuízo.
Não é coincidência que todos estejam na parte de cima da tabela de classificação.
Da Folha de S. Paulo

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