Da Tribuna do Norte
A Secretaria de Saúde de Natal anunciou no final da tarde de ontem medidas de emergência para amenizar os transtornos causados à população pela falta de médicos e outros profissionais da área nas unidades de saúde da rede municipal.
Emanuel Amaral

Luiz Roberto diz que medidas devem amenizar caos nos hospitais
A SMS concentrou os atendimentos por especialidade médica. A partir de hoje, os pacientes que precisarem dos serviços de pronto-socorro de clínica devem procurar o Hospital dos Pescadores, nas Rocas. A unidade receberá provisoriamente profissionais médicos e de enfermagem dos demais postos de atendimento e também na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Pajuçara.
Com relação ao pronto-socorro de pediatria, o atendimento será de acolhimento e encaminhamento para outras unidades ambulatoriais, quando for o caso, e nas urgências para os hospitais Maria Alice Fernandes e Walfredo Gurgel.
O serviço de assistência materno-infantil estará divido entre as maternidades das Quintas, na zona oeste, e Leide Morais, zona norte da capital.
O parto normal será realizado nas maternidades das Quintas e Leide Morais; já as cesáreas serão concentradas na unidade das Quintas. A curetagem e a drenagem de abscessos serão realizados na Leide Morais.
No SAMU Natal foi feita uma readequação da escala com um número reduzido de profissionais. Segundo a SMS, o SAMU Metropolitano e o Corpo de Bombeiros darão um suporte às chamadas de emergência.
Para o coordenador do SAMU Metropolitano, Luiz Roberto Fonseca, a ação do município vai amenizar a, já crítica, situação dos hospitais estaduais durante o final de semana.
"Nossos hospitais ainda vão ficar sobrecarregados, teremos apenas uma maternidade, não haverá atendimento pediátrico, mas temos a consciência que a prefeitura fez o possível diante da situação em que se encontra", disse Luiz Roberto.
Antes do anúncio do plano de emergência, o coordenador informou à TRIBUNA DO NORTE que nenhuma unidade do município estaria funcionando durante o final de semana. Mesmo com essa 'ajuda' do município, os hospitais do Estado não terão condições de receber satisfatoriamente todos os casos. Diante dessa situação, o coordenador do SAMU Metropolitano recomendou que a população evite procurar os hospitais em caso de baixa complexidade e principalmente não tenham comportamento de risco, como dirigir e beber.
"Nossos hospitais estarão acima dos limites. Não temos nenhum leito de UTI disponível - seja público ou privado. Serão priorizados os casos de risco de morte. E não é por falta de profissional e sim de estrutura. Eu poderia duplicar a escala, mas não teria onde acolher esses pacientes", disse Luiz Roberto Fonseca.
SAMU NATAL
Se nada for feito, a partir do dia 26 de setembro o Samu Natal ficará sem médicos para atender a população. Isso porque com a readequação a escala está completa até o dia 25.
"Puxamos os plantões dos médicos estatutários para o início da escala, com isso teremos, até o dia 25, quatro médicos em todos os turnos. Depois desse dia, caso o município não pague a Cooperativa, não teremos médico para colocar na escala, pois os concursados já terão cumprido suas horas. Para outubro, teremos apenas os médicos estatutários", explicou o coordenador médico do SAMU Natal, Ariano Oliveira.
Outro problema é com relação as ambulâncias. Das nove ambulâncias de suporte básico apenas quatro estão funcionando. Das três UTI apenas duas e nenhuma das motos estão circulando.
UPA PAJUÇARA
A Associação Marca começou a pagar os médicos, enfermeiros e de mais funcionários da associação que estão com salários atrasados. A vice-presidente do Sindicato dos Médicos, Mônica Andrade, confirmou o repasse do valor e garantiu o atendimento médico na unidade.
O presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem disse que algumas pessoas começaram a receber os salários, mas a categoria só voltará ao trabalho quando, pelo menos, 80% dos funcionários tiverem recebido os salários.
Como a Prefeitura liberou o repasse, o Ministério Público entende que os profissionais devem retomar as atividades. A promotora da saúde, Iara Pinheiro, fará hoje uma visita à UPA de Pajuçara para verificar o funcionamento da unidade.
A Cooperativa dos Médicos apresentou nova proposta, sugerindo que a SMS pague de imediato os meses de junho e julho e que o mês de agosto seja pago até o dia 15 de outubro. A categoria não aceitou a proposta da Prefeitura que prevê, para a próxima segunda-feira pagamentos no valor total de R$ 1.037.534,20 oriundo do Orçamento Geral do Estado, referentes aos meses de junho e julho.
Também serão pagos R$ 621.161,16 referentes à parcela de julho do SUS. A proposta prever ainda o pagamento, até 21 de setembro, de 80% dos débitos com a Coopmed .
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