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sábado, 22 de setembro de 2012

Proporção de jovens está em queda na rede escolar


Rio (AE) - O porcentual de jovens de 15 a 17 anos que frequentavam a escola caiu de 85,2% em 2009 para 83,7% em 2011, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com especialistas, isso se deve a fatores como a qualidade do ensino médio, considerada baixa, e a atração pelo mercado de trabalho, que está aquecido. Entre a população juvenil, de 6 a 14 anos, a taxa de escolarização teve um aumento de 0,6 ponto porcentual, passando de 97,6% para 98,2% no mesmo período. O estudo do IBGE mostra a influência da questão do rendimento domiciliar na frequência escolar principalmente entre crianças de 4 ou 5 anos de idade: quanto maior a renda, maior a chance de ir para a escola.
DivulgaçãoRede pública é responsável pelo atendimento a 87% dos estudantes do nível fundamental, 86,4% do nível médio e 23% do nível superior
Rede pública é responsável pelo atendimento a 87% dos estudantes do nível fundamental, 86,4% do nível médio e 23% do nível superior

O IBGE aponta queda considerada importante do porcentual daqueles que possuíam nível fundamental incompleto ou equivalente na comparação entre 2009 e 2011, de 36,9% para 31,5% Aumentou a proporção de pessoas com nível fundamental completo ou equivalente, com nível médio completo ou equivalente e com nível superior completo.

No entanto, a Pnad mostra que o País ainda tem 12,9 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais de idade. Esse contingente está concentrado no Nordeste, especialmente na população com 50 anos ou mais. Mais da metade (52,7%) do total de analfabetos do País está na região Nordeste, onde foi verificada a maior redução da taxa de analfabetismo no período analisado. Apesar das quedas sucessivas nos últimos anos, o Nordeste apresenta uma taxa que atingiu quase o dobro da média nacional (16,9% ante 8,6%) em 2011. No grupo das pessoas com 50 anos ou mais no Nordeste, mais de um terço (35,6%) são analfabetos. No País, a taxa de analfabetismo caiu 1,1 ponto porcentual de 2009 para 2011. A redução se deve a questões demográficas. Do total de analfabetos, mais da metade (8,2 milhões) tinha 50 anos ou mais.

A Pnad também mostra que, em 2009, a rede pública de ensino foi responsável pelo atendimento a 87,0% dos estudantes do nível fundamental, 86,4% do nível médio e 23,3% do nível superior. Em 2011, o porcentual foi o mesmo no ensino fundamental, oscilou para 87,2% no nível médio e subiu para 26,8% no ensino superior. Em 2011, a população de 10 anos ou mais de idade tinha, em média, 7,3 anos de estudo. As mulheres, de modo geral, são mais escolarizadas que os homens, com média de 7,5 anos de estudo, enquanto eles têm 7,1 anos de estudo, segundo o IBGE. 

Mais da metade dos brasileiros ainda não utilizam internet

Rio (AE) - A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) mostra que menos da metade dos brasileiros tem acesso à internet. Em 2011, 77,7 milhões de pessoas com 10 anos ou mais declararam ter utilizado a rede mundial de computadores nos três meses anteriores à entrevista dos pesquisadores do IBGE Isso corresponde a 46,5% da população com 10 anos ou mais, elevação de 4,9 pontos porcentuais em relação a 2009.

Embora muitos ainda estejam excluídos, houve crescimento de 14,7% da população que acessa a internet em relação a 2009 - 9,9 milhões de pessoas a mais. Até 2009, todas as regiões tinham menos da metade da população que havia acessado a internet. Em 2011, as regiões Sudeste (54%), Centro-Oeste (53,1%) e Sul (50,1%) ultrapassaram essa marca.

As pessoas com maior acesso à rede estão na faixa etária que vai de 15 a 17 anos (74,1%) e a de 18 ou 19 anos (71,8%). Os que menos navegam na internet são os que têm entre 40 e 49 anos (39,1%) e os de 50 anos ou mais (18,4%).

Em 2011, menos da metade dos brasileiros tinha computador em casa. O equipamento estava presente em 26,3 milhões de lares, ou 42,9% do total. Ainda assim, quando os pesquisadores perguntam sobre o acesso à internet, esse número cai para 22,4 milhões dos 61,2 milhões de domicílios - 36,5% do total.

Os domicílios com telefone móvel tiveram aumento de 26,6%, e aqueles com máquina de lavar roupa cresceram 20,3% - esse eletrodoméstico chegou a 51% dos domicílios. O único bem durável que teve redução do consumo foi o rádio - caiu 0,6%.

Na contramão da aquisição de bens de consumo, o acesso a serviços públicos está estagnado. A rede de abastecimento de água chegava a 84,6% das casas em 2011; em 2009, atingia 84,2%. A coleta de lixo ficou em 88,8%; patamar similar ao de 2009, quando 88,4% das residências tinham o serviço. A rede coletora de esgotos chegava a 62,6% das casas, ante 59,1% na estimativa anterior.

A PNAD mostra que, em números absolutos, houve aumento da oferta desses serviços; o problema é que a quantidade de domicílios cresceu em ritmo mais acelerado. Por isso, em alguns casos a proporção de lares beneficiados foi reduzida. Foi o que ocorreu na Região Norte, que passou de 4,2 milhões para 4,4 milhões de domicílios. Em 2009, a rede de água chegava a 56,7% deles (2,4 milhões) e a coleta de lixo, a 79% (3,34 milhões). 

No ano passado, 2,48 milhões de casas estavam ligadas à rede de água, mas representavam 55,9% dos domicílios; o lixo era coletado em 3,36 milhões de lares, o equivalente a 75,8% do total.

Cai a concentração de renda no país

Rio (AE) - A concentração de renda no País voltou a diminuir em 2011. A renda média mensal dos trabalhos brasileiros subiu 8,3% em relação a 2009, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, de forma geral, os salários dos mais pobres aumentaram mais do que os salários dos mais ricos.

O rendimento médio do trabalhador ocupado passou de R$ 1.242,00 em 2009 para R$ 1.345,00 em 2011, com aumentos registrados em todas as regiões. A maior elevação nos rendimentos de trabalho no período (29,2%) foi observada para os 10% da população com menor renda, na faixa de R$ 144,00 para R$ 186,00. Segundo o IBGE, conforme a faixa de renda aumentava, diminuía o ritmo de crescimento do rendimento. "Os maiores aumentos ocorreram, de forma geral, nas faixas de rendimento mais baixas", disse Maria Lúcia Vieira, gerente da Pnad.

Como resultado, o Índice de Gini para os rendimentos de trabalho no Brasil recuou de 0,518 em 2009 para 0,501 em 2011. Quanto mais próximo de zero, menos concentrada é a distribuição de renda.

A Região Norte foi a única a verificar aumento na concentração de renda no período. O Índice de Gini local avançou de 0,488, em 2009, para 0,496, em 2011. O resultado equivale a dizer que, em geral, a desigualdade diminuiu no Brasil, mas aumentou no Norte do País.

"Os mais pobres ganharam mais do que aqueles que têm rendimento mais elevado. Mas, na Região Norte, o Gini aumentou porque, além dos maiores aumentos terem sido nas duas últimas faixas de renda (as mais altas), a classe com rendimento mais baixo ainda teve uma pequena redução no rendimento", acrescentou Maria Lúcia. Embora o Índice de Gini nacional venha melhorando, os 10% da população ocupada com renda mais elevada ainda concentraram 41,5% do total dos rendimentos de trabalho em 2011. Em 2009, os 10% da população com maior renda concentravam 42,5% dos rendimentos pagos aos trabalhadores brasileiros.

"A concentração de renda melhorou em relação a 2009, porém, mais de 40% do rendimento ainda são concentrados nos 10% da população com renda mais elevada", lembrou a gerente da pesquisa.

A renda média mensal dos domicílios particulares permanentes foi estimada em R$ 2.419,00 em 2011, um aumento real de 3,3% em relação a 2009, quando era de R$ 2.341,00. Na comparação entre homens e mulheres, a renda média mensal dos homens ocupados foi de R$ 1.417,00 e a das mulheres ficou em R$ 997,00, ou seja, as mulheres recebiam 70,4% do rendimento de trabalho dos homens. Em 2009, essa proporção era de 67,1%. 

IBGE muda faixa etária da população ativa

Rio (AE) - O governo brasileiro mudou a faixa de idade da população em idade ativa na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2011. Pela primeira vez, a população considerada em idade economicamente ativa passou de 10 anos ou mais para 15 anos ou mais. Segundo os técnicos do IBGE, a mudança não interfere nos resultados da pesquisa, porque as crianças de 10 a 14 anos não têm representatividade na força de trabalho do País.

"Passamos a população em idade ativa de 10 anos ou mais para 15 anos ou mais, mas, em termos de alteração de resultado, é muito pouco. Mas a mudança é para ter uma comparação internacional mais fácil, é um parâmetro internacional", explicou Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O IBGE deixará de apurar no ano que vem a versão anual da PNAD. A pesquisa tradicional será substituída pela PNAD contínua, com divulgações completas a cada trimestre e mais enxutas a cada mês, com dados relativos apenas à desocupação. O IBGE divulgou a PNAD referente a 2011 e prepara-se para a versão 2012 da pesquisa, a última a ser divulgada no formato atual, que será conhecida em setembro do ano que vem.

"Desde outubro de 2011, a implantamos a Pnad contínua, que passará a fazer, mensalmente, o que a Pesquisa Mensal de Emprego faz. Então teremos trimestralmente uma divulgação mais agregada, com mais informações, e, mensalmente, o que a PME faz, os dados sobre desocupação", explicou Azeredo.

Segundo ele, a intenção é dar mais abrangência territorial aos dados do emprego e tornar mais dinâmica a divulgação das informações levantadas pela Pnad. "A grande crítica em relação à PME é não ser uma pesquisa nacional. E a maior crítica à Pnad é que ela não ter divulgações periódicas", lembrou o gerente do IBGE.

A PME no formato em que é divulgada atualmente abrange apenas seis regiões metropolitanas: Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. A pesquisa será divulgada no formato atual até dezembro de 2013. "A Pnad contínua pode começar a ser divulgada antes do fim da PME", completou o pesquisador.

De acordo com Azeredo, o novo formato de divulgação das informações sobre o emprego no País terá dados do nível de ocupação e a taxa de ocupação. "As informações sobre o rendimento estamos estudando ainda (se serão divulgadas mensalmente)", disse. 

Desemprego tem queda de quase 20% 

Rio (ABr) - O número de pessoas desempregadas no Brasil caiu 19,3% entre 2009 e 2011. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2011 (Pnad), divulgada hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas no país que procuraram emprego e não conseguiram passou de 8,2 milhões em 2009 para 6,6 milhões em 2011. A taxa de desemprego também caiu, de 8,2% para 6,7% no período, atingindo o menor patamar, pelo menos, desde 2004. Segundo a gerente da Pnad, Maria Lucia Vieira, a grande redução do desemprego entre 2009 e 2011 reflete a recuperação econômica do país nesse período, depois da crise econômica.

"A taxa de desocupação vinha caindo desde 2004, mas, em 2009, com a crise, a taxa subiu, apesar de não ter subido tanto na comparação com outros países. A crise teve um reflexo no mercado de trabalho do país, na época. Em 2011, a taxa caiu ficando abaixo inclusive do que a gente vinha observando desde 2004. Isso significa que as pessoas estão conseguindo ocupações no mercado de trabalho", disse.

Em todas as regiões do país, a taxa de desemprego caiu. A Região Sul apresentou o menor índice em 2011: 4,3%. Mas as maiores quedas, entre 2009 e 2011, foram registradas nas regiões Centro-Oeste (de 7,7% para 5,8%) e Sudeste (de 8,8% para 7%). Já a Região Nordeste apresentou a maior taxa de desemprego em 2011 (7,9%) e a pior evolução no período de dois anos (de 8,9% para 7,9%).

A queda também foi generalizada para as faixas etárias, com destaque para a população de 18 a 24 anos, cuja taxa passou de 16,6% em 2009 para 13,8% em 2011. O IBGE verificou que, quanto mais velha for a pessoa, menor a taxa de desemprego. Entre os jovens de 15 a 17 anos, o índice ficou em 22,9%, enquanto entre os adultos com 50 anos ou mais ficou em 2,4%.

A Pnad também avaliou o perfil do desempregado no país. Em 2011, 59% das pessoas que procuravam trabalho eram mulheres, 57,6% eram pretas ou pardas, 53,6% não tinham concluído o ensino médio, 33,9% eram jovens de 18 a 24 anos e 35,1% buscavam o primeiro emprego.

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