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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Um "porco" de alegria após o jejum


O torcedor do Coritiba prometeu um inferno verde nas arquibancadas do Couto Pereira, mas o Palmeiras não se intimidou diante de suas próprias cores e suportou a pressão para voltar ao paraíso de um título. Ontem, o clube paulista se sagrou campeão invicto da Copa do Brasil ao empatar por 1 a 1 com o Coxa.
GERALDO BUBNIAK/FOTOARENA/AEOs heróis palmeirenses, comandados por Marcos Assunção receberam o troféu de campeão da Copa do Brasil e festejaram vaga na Libertadores
Os heróis palmeirenses, comandados por Marcos Assunção receberam o troféu de campeão da Copa do Brasil e festejaram vaga na Libertadores

Depois da vitória por 2 a 0 na Arena Barueri, o time paulista chegou à capital paranaense com a vantagem de levantar a taça mesmo em caso de derrota por dois gols de diferença, desde que balançasse as redes. O atacante Betinho foi o responsável por pela comemoração palmeirense. Ayrton abriu a contagem para os donos da casa, mas o desconhecido substituto de Barcos desviou de cabeça em falta de Marcos Assunção. A equipe do técnico Luiz Felipe Scolari passou por um calvário na competição para voltar a ser campeã do torneio depois de 14 anos. Além das dificuldades que encarou em campo, o clube ainda foi abalado com o sequestro relâmpago de Valdivia, que não atuou nesta quarta por suspensão automática, mas tem futuro incerto no futebol brasileiro.

Já uma crise de apendicite tirou o argentino Hernán Barcos, principal atacante palmeirense, das duas partidas da decisão contra o Coxa. Mesmo sem o Pirata, o clube conseguiu chegar à glória, justamente com seu substituto, Betinho, que tem contrato apenas até agosto. Os problemas no decorrer do torneio não impediram o Palmeiras de triunfar em uma curiosa sequencia paranaense. Antes de despachar o Coritiba, o time de Felipão levou a melhor também sobre Paraná (quarta de final) e Atlético-PR (oitavas).

O início do caminho neste torneio teve ainda Coruripe-AL e Horizonte-CE. Já na semifinal, Felipão triunfou contra o Grêmio de Vanderlei Luxemburgo. A campanha invicta teve oito vitórias e três empates. Assim, o Palmeiras conquistou pela segunda vez a Copa do Brasil, pois também foi campeão em 1998, sob o comando do mesmo técnico.

Na temporada seguinte, o clube do Palestra Itália levantou seu mais importante troféu, na Copa Libertadores da América. Desde então, só pôde vibrar na Copa dos Campeões de 2000 e no Campeonato Paulista de 2008, mas as conquistas foram permeadas por vexames, como o rebaixamento no Brasileirão de 2002. O Coritiba, por sua vez, amarga o vice-campeonato do torneio pelo segundo ano consecutivo, pois deixou escapar a taça em 2011 para o Vasco da Gama, também no Couto Pereira. Os gols do jogo aconteceram todos no segundo tempo. Aos 16 minutos, Ayrton mandou por cima da barreira e acertou o canto para abrir o placar no Couto Pereira.

O gol 'acordou' a torcida paranaense, que tentou empurrar o time, mas foi calada quatro minutos depois. Marcos Assunção cobrou falta  e viu Betinho desviar de cabeça para empatar o jogo. O time local praticamente desistiu de uma reação, teve Pereira expulso nos acréscimos e viu o Palmeiras tocar a bola à espera do fim do confronto.

Felipão acaba com o azar e volta ao topo

Quando ouviu um comentário sobre o "azar" que acometeu o Palmeiras antes da conquista da Copa do Brasil, o técnico Luiz Felipe Scolari abriu seu sorriso irônico característico: "Só de um mês para cá?". Foi a partir do começo de junho, no entanto, que os problemas se intensificaram: o presidente Arnaldo Tirone brigou com o conselheiro Gilto Avallone, Valdivia foi vítima de um sequestro relâmpago, Daniel Carvalho de um assalto e Barcos sofreu uma crise de apendicite. Todos deveriam agradecer a Felipão por iluminar seus caminhos ao título, segundo o pai de santo Roberio de Ogum.

O vidente que ganhou fama como conselheiro espiritual de Vanderlei Luxemburgo por mais de uma década já não exalta somente o trabalho do atual treinador do Grêmio. Para Roberio, Felipão foi o principal responsável por eliminar a equipe gaúcha nas semifinais da Copa do Brasil e pela conquista palmeirense sobre o Coritiba. "O Palmeiras tem um treinador iluminado, de fé, extremamente voltado a Deus. O Felipão é predestinado a ser vitorioso. Espiritualmente falando, é uma verdadeira fênix", disse, referindo-se a ave que, de acordo com a tradição egípcia, renascia das próprias cinzas quando queimada.

O Palmeiras, "Campeão do Século 20" está de volta ao topo. A conquista da Copa do Brasil faz o torcedor do Palmeiras comemorar o status de maior vencedor de torneios nacionais da história. Se forem levados em conta os títulos da Taça Brasil, Roberto Gomes Pedrosa, do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, o Verdão soma dez troféus. Nenhuma equipe do País possui glórias semelhantes.

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