A ministra Eliana Calmon, corregedora do Conselho Nacional de
Justiça, é boa de briga e se notabilizou nos últimos meses por enfrentar
o lado podre do Judiciário. Graças a ela, o Brasil tomou conhecimento
de suspeitas que pairam sobre os “bandidos de toga”, que foram
protegidos durante longos anos pelo corporativismo. Agora, a ministra
começa a alertar sobre outro movimento de bastidores que também pode
atrapalhar a apuração de crimes praticados por magistrados.
Segundo Eliana Calmon, “elites podres do país querem infiltrar gente
dentro do CNJ para minar a instituição”. O desabafo, proferido na
sexta-feira 4, durante discurso para deputados estaduais da Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro, tem destino certo. O “infiltrado” é o
advogado Emmanoel Campelo, que prestou ao longo do tempo serviços à
cúpula do PMDB na Câmara, especialmente para o líder Henrique Eduardo
Alves (RN), de quem é conterrâneo e foi assessor.
Com trânsito livre no mundo político, o nome do advogado foi aprovado
a toque de caixa pelos deputados e na semana passada recebeu
discretamente o aval do Senado. Agora o ato de nomeação está nas mãos da
presidenta Dilma Rousseff, que não tem prazo para fazê-lo. Se depender
da torcida dos integrantes do CNJ, não o fará.
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