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Nazareno de Deus, diretor do Instituto Técnico e Científico da Polícia (Itep).
O diretor do Instituto Técnico e Científico da Polícia (Itep), Nazareno de Deus, foi o único a defender o posicionamento do Governo esta manhã (3) na audiência pública convocada através da 19ª Promotoria de Justiça da comarca de Natal para discutir com os órgãos de segurança pública, jurisdicionais, ministeriais, entidades de classe e a população em geral a situação da insuficiência da estrutura do Itep.
Em suas palavras o diretor do Itep citou alguns investimentos realizados pelo Governo do Estado durante sua gestão à frente do instituto e enfatizou que encontrou uma estrutura inerte, quando assumiu a direção.
“Encontrei um laboratório inoperante e reformei; uma câmara frigorífica de 33 anos, que se quer podia mais ser reparada e compramos outra, top de linha; tínhamos apenas 3 rabecões e este ano recebemos 11 carros para serviços administrativos e outras quatro caminhonetas 4X4 para serviços de campo; compramos equipamentos de até 700 mil reais, além de muitas melhorias que estão a caminho”.
Mas as falas que se sucederam foram unânimes nas críticas e reclamações pela falta de contratação de pessoal, investimentos em infra-estrutura e mesmo na construção de uma nova sede para o Itep.
O médico legista, Ferreira, servidor do instituto há 33 anos, relatou a rotina nos plantões, e classificou com caótica a situação do instituto. “Imaginem os senhores a equipe está em Luís Gomes e ter que ir buscar um corpo em Pilões. Aí no caminho recebe uma ligação para passar, também, em Patú, e vai fazendo a filinha. Enquanto isso o corpo lá de Pilões está exposto a queimaduras do sol”.
“Quando a equipe vai retornar para a sede já é final de tarde, com quatro ou cinco corpos para o legista examinar. E a família lá, aguardando a noite toda para a liberação.” desabafou o médico.
Ainda segundo Ferreira, só este ano, já foram realizados 455 exames cadavéricos e mais de três mil exames de lesão corporal.
E o acumulo de tarefas também ocorrem nos demais setores. A coordenadoria de Identificação, por exemplo, recebe em média 200 ofícios, por dia, solicitando buscas no arquivo civil e outros tantos no arquivo criminal. Trabalho executado por apenas um servidor, manualmente.
Na Criminalista, são 32 peritos para atenderem as mais de 4 mil ocorrências registradas nos três primeiro meses deste ano, sem contar com as registradas em Mossoró.
E as críticas não ficaram apenas por conta dos servidores. A deputada estadual Larissa Rosado (PSB) lembrou do transtorno vivido no mês passado para a liberação do corpo de uma de suas funcionárias e cobrou a aprovação do Estatuto da categoria. “Há pouco tempo senti na pele as limitações de pessoal no Itep de Mossoro. Acho que o Estatuto pode ser o ponto de partida para solucionar muitos desses problemas”.
O promotor Wendell Beetoven Ribeiro Agra, lamentou a ausência do secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Aldair da Rocha. “Ele era de fato quem poderia, diante da exposição do problema, dizer o que faria para resolvê-los”.
Fonte: nominuto.com
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