A relatora especial da ONU para o direito à
moradia adequada, Raquel Rolnik, reivindicou nesta sexta-feira (27) às
autoridades uma "solução apropriada", incluindo novas casas, para as
pessoas que foram desalojadas nesta semana na região do Pinheirinho, em São José dos Campos, no
Vale do Paraíba, no interior de São Paulo.
"Estou horrorizada com o excessivo e
repetido uso da força durante o despejo", disse a relatora em comunicado. Raquel
demonstrou sua surpresa pelo fato de a Polícia Militar de São Paulo ter usado
gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os moradores do Pinheirinho,
"incluindo crianças e idosos".
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O processo de reintegração de posse foi realizado
à força por ordem judicial, em uma operação que terminou com 32 detidos, entre
outros delitos, por incendiar oito veículos e tentar agredir os policiais.
"A situação atual dos desalojados é
extremamente preocupante, sem nenhuma outra alternativa de moradia, estão muito
vulneráveis a outras violações dos direitos humanos", frisou a relatora.
Por essa razão, Raquel Rolnik pediu às autoridades
do estado de São Paulo que suspendam a ordem de despejo e a ação policial no
Pinheirinho.
"Suspender a ordem de despejo permitiria às
autoridades retomar conversas com os moradores para poder encontrar uma solução
definitiva que cumpra os padrões de direitos humanos", declarou.
A operação da Polícia Militar em cumprimento da
ordem de reintegração de posse do Pinheirinho foi finalizada às 17h de
quarta-feira (25), quando todas as edificações construídas no local foram
demolidas.
A assessoria de imprensa do Palácio dos
Bandeirantes informou que o governo de São Paulo não irá se pronunciar sobre os
comentários feitos pela relatora da ONU. Nesta quinta-feira (26), o governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin, havia dito que o estado avalia o uso de quatro
terrenos em São José
dos Campos para a construção de moradias para as famílias retiradas do
Pinheirinho. Até os imóveis ficarem prontos, os moradores receberão o aluguel
social, com valor máximo de R$ 500.
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